Voluntários civis foram contratados pelo Governo do Pará como mentores de adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

Foto: Pedro Guerreiro / Ag. Pará

Voltar a atender comandos de ordem unida, formação habitual de marcha e parada, e se reunir com uma tropa fez o voluntário civil Sanderson Araújo, 22 anos, relembrar os anos em que foi aluno do Programa Escola da Vida, iniciativa do Corpo de Bombeiros Militar do Pará.

“Passa um filme pela cabeça. Estou aqui agora para trabalhar, e não mais como aluno. Daqui pra frente é adquirir mais conhecimento e repassar para os adolescentes o que eu já tive no programa. Foi uma oportunidade muito boa que consegui, agora remunerado. A renda vai me ajudar bastante”, diz o voluntário civil. 

Sanderson Araújo foi um dos 20 jovens, entre 18 e 22 anos, egressos do programa, que foram contratados pelo Governo do Pará para desenvolver atividades do projeto com adolescentes de 12 a 15 anos, nas seis Usinas da Paz da Região Metropolitana de Belém, já a partir de março.

Foto: Pedro Guerreiro / Ag. Pará

Em treinamento, a estudante Taissa Vieira, 20 anos, natural do Arquipélago do Marajó, conta que foi surpreendida com o convite de voltar ao programa, agora remunerada com um salário mínimo. “Eu tinha 10 anos quando participei do projeto em Curralinho, no Marajó. A nostalgia de participar desse processo de reestruturação é muito boa pra mim, porque tive oportunidades incríveis no projeto. Aprendi muita coisa, e agora tô tendo oportunidade de repassar tudo o que aprendi”, ressalta Taissa.

Capacitação - Os jovens aprendizes estão sendo treinados para auxiliar no atendimento aos novos alunos do Programa Escola da Vida, que vai abrir 30 vagas em cada uma das sete UsiPaz da RMB, a fim de atender adolescentes de 12 a 15 anos em situação de vulnerabilidade social.
Eles auxiliarão em atividades do projeto político-pedagógico e acompanharão as funções administrativas, fazendo o controle da tecnologia da informação, como redação, digitação, arquivo e expedição de documentos relacionados ao programa. O objetivo é promover ações socioeducativas que assegurem um espaço de construção e promoção da cidadania aos alunos.

Foto: Pedro Guerreiro / Ag. Pará

Retorno - Um dos precursores do Programa Escola da Vida, subtenente Paulo Sérgio Palmeira, voltou da reserva do Corpo de Bombeiros Militar para treinar os jovens mentores. Ele diz se orgulhar de ter participado da formação profissional de tantos alunos, desde 1993.

“Voltei muito feliz, agora com uma nova visão, uma nova demanda de alunos. Nós vamos aplicar todas as disciplinas transversais que são propostas pelo projeto, como informática, ética e cidadania, primeiros-socorros, salvamento, educação ambiental e educação sexual. Já tivemos muitos frutos do programa; pessoas que chegaram ao doutorado. Eu me sinto feliz em estar ajudando a sociedade. Nosso trabalho aqui é servir e proteger as pessoas”, reforça o coordenador pedagógico.

Luana Pires vê no curso a importância para o aprendizado de valores, direitos e deveresLuana Pires vê no curso a importância para o aprendizado de valores, direitos e deveres /Foto: Pedro Guerreiro / Ag. Pará

A estudante Luana Mendes, 22 anos, garante estar motivada com o retorno ao programa, do qual participou aos 10 anos de idade. “Hoje, com mais maturidade, eu vejo que é extremamente importante para as crianças aprenderem valores, direitos e deveres. Eu digo que agora, com essa oportunidade, que é um trabalho, uma profissão, eu vou poder repassar o que aprendi e vou aprender mais”, afirma Luana.

Serviço: As inscrições para o Programa Escola da Vida nas Usinas da Paz serão abertas em fevereiro, e serão feitas no site do Corpo de Bombeiros Militar do Pará.