INICIATIVA 09/03 16h45

Responsáveis devem levar pets para cadastro até a UsiPaz Jurunas/Condor na próxima quarta-feira (15).

O Governo do Pará, por meio da Fundação ParáPaz e da Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), retoma em Belém os atendimentos do “Pará Pet”, programa inédito no estado, que garante gratuitamente a castração de cães e gatos aos tutores em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

A partir do Programa, o Pará conta com mais uma ferramenta para trabalhar na redução de maus-tratos, violência e abandono contra animais, como também no controle de zoonoses, evitando a proliferação de doenças e o crescimento desordenado, viabilizando assistência à população.

"A castração é um procedimento ligado diretamente à saúde pública na prevenção de zoonoses e a superpopulação animal. A retomada dos atendimentos do Pará Pet é o Governo do Estado garantindo uma demanda histórica de abrigos de proteção animal e de tutores que vivem em situação de vulnerabilidade e não conseguem arcar com os custos desse procedimento", comentou o secretário de articulação da cidadania, Igor Normando.

Cadastro - Na próxima quarta-feira (15), inicia-se o cadastro na UsiPaz Jurunas/Condor, a partir de 09h. Os responsáveis precisam apresentar cópias do RG, CPF, e, ainda, comprovante de residência, cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) e Número de Identificação Social (NIS) atualizado. Importante ressaltar que será efetuado o cadastro de um animal por CPF e que as vagas são limitadas. Em breve será divulgada a programação para o cadastro em todas as sete Usinas da Paz da Região Metropolitana, onde o programa atenderá inicialmente.

É necessária a presença do animal para a realização de exames pré-operatórios no ato da inscrição, que definirão se estão aptos ao procedimento. A recomendação é que o animal tenha entre 6 meses a 5 anos de idade; peso acima de 1 kg para os felinos e 1.6 kg para os caninos e apresente boa condição de saúde. Em caso de esterilização de fêmeas, elas não podem estar em período gestacional.

Para que o serviço beneficie somente as pessoas que não têm condições de arcar com as despesas do serviço veterinário, é imprescindível que a renda familiar seja de até três salários mínimos.

O presidente da Fundação ParáPaz, Alberto Teixeira, informou que todos os cadastros realizados anteriormente serão atendidos. “A equipe da ParáPaz está entrando em contato com os tutores e os direcionando às Usinas da Paz mais próximas ao seu endereço, facilitando o acesso ao serviço e vendo a melhor disponibilidade para efetuar o procedimento cirúrgico”.

Procedimento – É rápido, simples e o pet será liberado para voltar para casa quando passar o efeito da anestesia, portanto, é fundamental que ele seja transportado em uma caixa de transporte e tenha roupinha pós-cirúrgica. Aos aptos, a cirurgia será executada na quinta (16) e sexta-feira (17), seguindo agendamento.

O "Pará Pet" dispõe de três unidades móveis adaptadas e no total realizará 30 mil castrações anuais. O objetivo é ampliar os atendimentos para outros municípios, através de parcerias com as prefeituras municipais.

Serviço: O cadastro inicia a partir de 09h da manhã de quarta-feira (15), na UsiPaz Jurunas/Condor – Tv. Quintino Bocaiúva, entre a Av. Bernardo Sayão e Trav. Honório José dos Santos. S/N. Em frente à UPA do Jurunas. Somente um pet por CPF, seguindo as recomendações acima.


INICIATIVA 27/04 10h05

Além de auxiliar a manter a boa prática ambiental, iniciativa gera renda e autonomia financeira a mulheres.

"Eu tenho a formação de engenheira civil completa e com experiência, porém, no início da pandemia fiquei desempregada. No final do ano, começaram anunciar nas redes sociais que a Usipaz do Icuí-Guajará seria inaugurada. Entre os cursos ofertados tinha o de economia doméstica para reaproveitamento de resíduos sólidos e produção de materiais a partir de coisas que iam para o lixo”. A declaração é de Solange Reis, atualmente empreendedora, ao lembrar do momento em que a sua vida começou a mudar.

Moradora do município de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, que recebeu a Usina da Paz no bairro Icuí, Solange foi uma das 2.154 pessoas que participaram, desde julho de 2019 a março de 2022 das oficinas promovidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) que incluem palestras, atividades práticas sobre economia doméstica; o projeto "Semeando a educação ambiental"; a oficina de origamis e a oficina de eco bijuterias. As iniciativas são realizadas por meio da Coordenadoria de Educação Ambiental da Secretaria.

A vontade de ter o próprio negócio e ajudar outras pessoas incentivou a empreendedora a participar do curso “Ela Pode”, que aborda temas sobre empreendedorismo feminino, realizado na Usipaz do Icuí-Guajará. Com o auxílio do conhecimento adquirido, Solange se recolocou no mercado de trabalho com a criação do projeto Empório Verde Mais, que inicialmente vendia somente hortifruti. No final da capacitação, ela quis dedicar-se mais a novos conhecimentos, então matriculou-se em outro curso ofertado na Usina, o de Economia Doméstica.

“Eu aprendi no curso a fazer a compostagem e a produção de sabão a partir do óleo de cozinha usado. Foi muito gratificante porque minha mãe e eu já guardávamos o óleo. Eu não admitia descartar, pois tinha consciência de que o descarte incorreto faz mal para o meio ambiente", conta Solange Reis que, a partir da oficina retomou sua independência financeira. 

Economia Doméstica

Técnicas para reaproveitar o óleo usado de cozinha na fabricação de sabão caseiro, compostagem doméstica e confecção de coletores de resíduos são ensinadas no curso. Nas aulas, também é exposto o prejuízo ao meio ambiente causado pelo descarte incorreto de óleo de cozinha, um importante agente de degradação do meio ambiente. 

Atualmente, apenas 1% do óleo de cozinha é reciclado e 99% são descartados aleatoriamente. Quando este descarte é feito na pia, a tubulação residencial e a rede pública de esgoto entopem após a sedimentação, causando diversos transtornos e prejuízos. Quando é jogado no solo, o resíduo contamina e o torna impermeável, passando a não absorver totalmente as chuvas, causando enchentes. Além disso, o óleo pode chegar nos lençóis freáticos, poluindo ainda mais o meio ambiente. A atmosfera também é poluída: a decomposição do óleo produz gás metano (CH4), um dos Gases de Efeito Estufa (GEE). Desta forma, retém o calor do sol na troposfera e aumenta o aquecimento global.

Foto: Divulgação

Após saber de todos esses danos ao meio ambiente, Solange decidiu recolher o óleo de cozinha utilizado pela sua vizinhança e familiares para produzir sabão. “Tanto que quando postei nas redes sociais que estava coletando óleo, eu enfatizei: você está destruindo o meio ambiente! E agora estou com um estoque de óleo pra produzir o sabão. As pessoas acham normal jogar o óleo no esgoto, eu tento mostrar que esse normal está errado, totalmente contra toda a lei ambiental”.

Solange relata que no começo ela não pretendia vender a produção e que guardava em casa todo o sabão fabricado, mas um incentivo foi fundamental para ela acreditar no seu trabalho.

“As pessoas do TerPaz me incentivaram. Para mim, o grandioso disso tudo já era o fato de não estar jogando o óleo fora, mas para eles era porque havia um produto de qualidade e estava evitando o desperdício e poluição da natureza. Então, lá descobri que não estava só, e sim, ajudando o meio ambiente, as pessoas e a mim. Eu não sabia que as pessoas podiam ter rentabilidade com a reciclagem e hoje, eu vejo isso acontecer na minha vida, através dos meus produtos! O curso fez a gente abrir o olhar para algo maior, que as pessoas deixam ir pelo ralo, ir para o lixo”. Atualmente, o sabão fabricado é vendido na Feira Verde Itinerante da Usipaz da Cabanagem e no seu empreendimento Empório Verde Mais.

Empreendedorismo

O objetivo de Solange agora é multiplicar o curso de produção de sabão para pessoas próximas. Ela pretende inscrever o projeto no Start Up, uma iniciativa do Governo do Estado criada para impulsionar ideias e empresas inovadoras, através de apoio técnico e investimento direto.

Foto: Divulgação

“Não creio que isso que eu esteja fazendo vai morrer aqui. Provavelmente voltarei a trabalhar, tenho formação, mas não quero desistir desse caminho que comecei a trilhar e quero colocar outras pessoas para poder continuar essa trilha. Muitas pessoas não só precisam de uma renda extra, mas precisam ter consciência de que tudo o que a gente tá fazendo com o planeta, os nossos filhos e netos vão sentir de uma forma ruim. Por isso eu não vou desistir do sabão”, enfatiza Solange.

Por Aline Saavedra (SEMAS)